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sábado, 27 de agosto de 2011

Ontem e hoje... a arte da guerra

"A guerra é uma questão vital para o Estado. Por ser o campo onde se decidem a vida ou a morte, o caminho para a sobrevivência ou para a ruína, torna-se de suma importância estudá-la com muito cuidado em todos os seus detalhes". 
"O essencial da guerra é a vitória, e nunca as prolongadas operações. Como consequência, o general que compreende a guerra é o ministro do destino do povo e o árbitro do futuro da nação".
"Qualquer operação militar tem na dissimulação sua qualidade básica. A dissimulação é a verdadeira arte da guerra". 

Estes são ensinamentos do chinês Sun Tzu, há cerca de 2500 anos atrás. Como você já deve ter percebido, desde o início das primeiras civilizações o homem está em guerra, desde o neolítico, quando a luta se travava pelas privilegiadas regiões em torno dos rios Eufrates, Tigre e Nilo, até hoje nessa mesma região por terra, água e petróleo.

Ao longo da história, o mundo teve curtos e relativos tempos de paz, normalmente sob o medo de uma potência hegemônica, como a "pax" dos impérios romano e inglês. Hoje o mundo não está em paz, pois há conflitos espalhados por várias partes do mundo e, mesmo após a Guerra Fria, vivemos a iminência de uma guerra nuclear.
Entretanto, as concepções, táticas e instrumentos de guerra mudaram drasticamente desde os arco-e-flexas e, lanças e escudos. É impressionante como cada vez mais é potencializada a capacidade de destruição dos armamentos, sendo que o próprio Einsten certa vez teria dito que não sabia como seria uma 3ª guerra mundial, mas que a 4ª seria com  pedras e paus.
Nesse transcurso da história, não poderíamos deixar de citar figuras como Alexandre Magno, Julio Cesar, Napoleão Bonaparte e Adolf Hitler. Como o velho Jack (ou como o goleiro Bruno), vamos por partes.
Em pouco mais de 10 anos, Alexandre Magno anexou à Macedônia a Grécia, o Egito, a região da Mesopotâmia e todo o império persa. Sem nunca perder uma batalha, Alexandre ainda estendeu seu império até a Índia, onde fica doente e acaba morrendo.  
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São essas prodigiosas vitórias que fazem Alexandre, de 1,30 m de altura passar para a história como "o grande". Com a chamada falange, ele é responsável por uma revolução na antiga arte bélica. Sua tática consistia em 16 linhas com 625 soldados cada, que avançam como uma muralha de pontas de ferro. Os homens das filas de trás tinham lanças mais longas (de até 6m) contra as quais nada podiam fazer as espadas curtas e as lanças de 2m da infataria tradicional. O próprio Alexandre, montado em seu cavalo Bucéfalo acompanhava seus homens em batalha.

                                                                                     

Outro general que também se destacou, nem tanto por táticas mirabolantes, mas pela incrível capacidade de motivar seus soldados, foi o romano Julius Gaius Caesar. Com carisma comparado ao seu poder, ele foi uma das figuras mais contraditórias da história de Roma, sendo ou amado ou odiado. Após importantes vitórias na Gália, com seu poderio militar e grande admiração do povo, César começa a pressionar seu antigo aliado Pompeu Magno, então cônsul de Roma, finalmente vencendo-o numa batalha às margens do rio Rubicão. Supostamente, antes da batalha César teria dito Alea jac est, ou seja, a sorte está lançada. Acima está uma pequena amostra da tática conhecida como "tartaruga", onde cada soldado com seu escudo praticamente intransponível é responsável pela proteção do outro, fechando-se num casco quando sob ataque. Agora imagine milhares de legionários, subdivididos em unidades de 8 a 10 homens totalmente "blindados", se defendendo com eficiência e atacando com precisão e velocidade.


Já que falei do império romano, eu não dormiria tranquilo se também não citasse o brilhante general cartaginês Aníbal Barca. Quando Roma começou sua expansão via Mar Mediterrâneo, inevitavelmente entrou em choque com os cartagineses que habitavam o norte da África, nas chamadas "Guerras púnicas" (264 aC a 146 aC). Aníbal simplesmente assombrou os romanos marchando com um imenso exército de elefantes pelo Alpes e, com algumas alianças, pegando os romanos pela retaguarda. Entretanto, devido às dificuldades do caminho, muitos elefantes morreram e o enfraquecido exército cartaginês acabou sendo derrotado.
Bom, caminhando pela história até os séculos XVIII e XIX, chegamos no general corso (natural da Córsega, ilha francesa) Napoleão Bonaparte. Para alguns historiadores, foi um herói libertador, para outros um ditador, depende se você é francês ou britânico. Fato é que após chegar ao poder apoiado pela alta burguesia francesa afim de evitar um novo governo jacobino*, mudou complemente a configuração geopolítica da Europa, e depois dele nunca mais o mundo foi o mesmo.

Tendo como objetivo derrubar as monarquias absolutistas ainda vigentes na Europa e estender a hegemonia francesa sobre todo o continente, Napoleão conquistou grandes vitórias contra Itália e Espanha, sempre se destacando pela aguçada visão tática. No entanto, quando estava prestes a invadir Portugal, o rei D. João VI já tinha partido às pressas para o cá com parte da Corte. Se o rei português foi esperto ou covarde, é assunto pra outro post..
Uma inegável contribuição que fez à História foi  encontrar a chamada "Pedra de roseta" (à esquerda), em 1799 na campanha do Egito. Com ela foi possível um grande avanço na leitura dos hieroglifos e um maior entendimento da história egípcia.

Entretanto, Napoleão não era onipresente, não podendo estar ao mesmo tempo na França e nos territórios conquistado, colocando seu irmão José Napoleão como governante na Espanha. Mas José não tinha a mesma capacidade militar e constantemente lhe causava problemas.

 A primeira grande derrota de Napoleão foi em 1812, quando organizou uma imensa expedição para invadir a Rússia. Chegando à Moscou, encontrou a cidade vazia e totalmente sem suprimentos e viu seu exército literalmente congelar. O mesmo erro cometerá Adolf Hitler anos mais tarde, durante a 2ª guerra mundial.

Napoleão estava em posição extremamente delicada, lutando ao mesmo tempo em várias frentes e sem poder suficiente para proteger todos os territórios ao mesmo tempo, sendo forçado a renunciar em 1814 e exilar-se na ilha de Elba (não a Ramalho... piada horrível!). Mas ainda consegue fugir e organizar novo exército, sendo finalmente derrotado em junho de 1815, na batalha de Waterloo (Bélica). Aqui as batalhas já são à base de baionetas [rifles com lanças nas pontas] e canhões.

Apesar de todas as atrocidades cometidas pelo nazismo, é preciso dizer que Adolf Hitler foi quem inaugurou a concepção moderna de guerra. Nos anos 1930, enquanto França e Inglaterra ainda achavam que as trincheiras e fortificações da 1ª guerra ainda seriam suficientes para conter os alemães, Hitler inovou com a sua Blitzkrieg ou "guerra relâmpago". Num ataque coordenado entre uma infantaria fortemente armada, com apoio de imensos tanques Panzer e de uma poderosa força aérea (Luftwaffe) atacando e lançando soldados por trás das linhas inimigas, a Alemanha se tornou numa força indestrutível até 1942, quando a situação começou a complicar na batalha da Rússia.

Após a 2ª Guerra mundial (1939 - 1945) e a posterior bipolarização do mundo na guerra fria, arrastando o mundo para uma desenfreada disputa tecnológica, aeroespacial e militar entre EUA e URSS, os armamentos ficaram cada vez mais potentes e uma guerra nuclear se tornou perigo real.

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